quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sou muitas pessoas destroçadas*


EU SOU UMA FARSA! Sofro de um mal chamado profundidade superficial. Se em algum momento passado enxergava alguma pseudoevolução no meu espírito caótico, chego hoje, ou retorno, ou nunca saí do zero, do nada. A disputa travada entre a versão e subversão não tem vencedor até agora, talvez nunca tenha, ou tenha o cansaço a ter os braços erguidos no fim.

O que há de fato, é que diante da possibilidade real de rompimento com o banal, me vejo possuída por tal êxtase, que por vezes incontrolável, me leva a atitudes impulsivas que me propõem a sair do marasmo que essa existência regrada me condena.

“Tu tá ficando maluca!” “Tu tá diferente” “Tu me surpreendeu!” tenho ouvido tanto disso e coisas parecidas. E tenho gostado de ouvir e pros caros amigos que me dizem essas palavras, respondo que tudo está praticamente igual a diferença é que o que me atormentava no campo das idéias agora me atormenta no mundo físico.

Nunca fui uma mulher de meios termos, sempre detestei isso. Xingo, choro, grito, esbravejo, amo, odeio, sofro, caio, levanto, caio de novo, levanto novamente eis meu círculo vicioso e viciante. Mas isso é dado às almas imperfeitas, me lembra até Platão: o corpo é a prisão da alma, a alma tende ao divino, o corpo às paixões, o corpo é raiz de todo mal, fonte de amores insanos, inimizades, discórdia, ignorância e loucura. O corpo mata a alma. E como disse Eurípedes :Quem pode saber se viver não é morrer e morrer não é viver?” bom, mas isso é outra discussão.

Nessa corrida, olho de relance para os lados com medo de perder o pódio, vejo que algo me alcança. O que é? Não sei. Só o que sei é que a inquietude tem me mostrado muito sua face. Ah, eu não sou uma farsa!

*Verso de Manuel de Barros

2 comentários:

  1. somos farsas, somos personagens, somos várias.

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  2. Poxa vida! quanta lisonja com sua visita, Verônica Heiss! Obrigada! volte sempre, embora meus textos não estejam à altura dos seus!

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