domingo, 5 de junho de 2011

"Eterno Retorno"


Chegou a hora em que fazer aniversário dá medo! A segunda metade dos vinte e poucos anos... ai ai... nunca mais menina! Óbvio que tudo vivido até aqui valeu a pena... liberdade, independência, responsabilidade, conquistas, porres, tropeços nas pedras do caminho, os (des)amores, os amigos, a família. Enfim, amadurecer é bom. Mas, bem que o tempo poderia diminuir a voracidade com que engole os dias. Medo de envelhecer? Não diria! Ou melhor, digo sim! A responsabilidade dos meus atos é atribuída cada vez mais a mim e só a mim! (em 19/03/2011)



Soneto número 12

(William Shakespeare - tradução de Ivo Barroso)


Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta têmpora assedia;

Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sombra franca
E em feixe atado agora o verde trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;

Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono

Morrem ao ver nascendo a graça nova.
Contra a foice do Tempo é vão combate,
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.

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